terça-feira, 1 de dezembro de 2009

CÂNTICO DO CALVÁRIO

Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. - Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro*.
Eras a messe* de um dourado estio*.
Eras o idílio* de um amor sublime.
Eras a glória, - a inspiração, - a pátria,
O porvir de teu pai! - Ah! no entanto,
Pomba, - varou-te a flecha do destino!
Astro, - engoliu-te o temporal do norte!
Teto - caíste! - Crença, já não vives!

Correi, correi, oh! lágrimas saudosas,
Legado acerbo* da ventura extinta,
Dúbios archotes que a tremer clareiam
A lousa fria de um sonhar que é morto!


FAGUNDES VARELA (1841-1875)

Desculpem, esse meu momento, onde os versos acima dizem o que minha alma sente...

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